A vida após a morte


Os rituais wiccanos contêm elementos das lendas como Ishtar (a virgem-mãe da Babilônia, conhecida, também, por Astarte e Cibele) e de Deméter (a Ceres romana); tais lendas são interpretadas como um símbolo contínuo de morte e ressurreição. Porém, a crença na reencarnação varia entre os wiccanos.

Os wiccanos que crêem em reencarnação acreditam que as almas vivem entre o "Outro Mundo" e a "Terra de Verão", conhecida nas escritas de Gardner como o "êxtase da Deusa". Da mesma forma, estes wiccanos acham ser possível se comunicar com espíritos que residem no Outro Mundo através da mediunidade, do tabuleiro ouija ou outros oráculos, principalmente durante o Sabá de Samhain.

Apesar de alguns wiccanos acreditarem na vida após a morte, este não é o principal foco da Wicca. A Wicca tende a se concentrar na vida atual, porque, como observou Ronald Hutton, "se alguém faz seu melhor na vida presente, em todos os aspectos, a vida seguinte vai ser mais ou menos benéfica dentro do processo, então pode-se assim concentrar-se no presente."


Summerland

Summerland é um termo geralmente empregado na Wicca como referência ao "Outro Mundo" para o qual as almas dos mortos se encaminham após o término da vida física.

A Terra do Verão pode ser vista como uma espécie de paraíso pagão não muito diferente dos conhecidos "Alegres Campos de Caça" de algumas tradições dos índios nativos norte-americanos. A Terra do Verão dos wiccanos existe no Plano Astral e é experimentada de modos diferentes por cada indivíduo, de acordo com a vibração espiritual que ele leve a esse plano de existência.

O período em que alguém permanece na Terra do Verão depende da habilidade do indivíduo de libertar e retomar o material que a alma carrega vida após vida, o que pode fazer com que essa alma renasça na dimensão física.

A existência na Terra do Verão dá a um indivíduo a oportunidade de estudar e compreender as lições da vida anterior e como estas se relacionam a outras vidas pelas quais a alma tenha passado. Na teologia wiccana, este é conhecido como período de descanso e recuperação. Uma vez encerrado esse período de tempo, o plano elemental começa a atrair o indivíduo para o renascimento em qualquer dimensão que se harmonize à sua natureza espiritual naquele momento. A alma a reencarnar é então submetida ao plano das forças e pode ser atraída pelo vértice de uma união sexual em curso na dimensão física. Segundo os Ensinamentos Misteriosos, a alma é atraída pelos aspectos da vida físicas que melhor a preparem para as lições necessárias para assegurar sua evolução e consequente liberação do Ciclo do Renascimento.

Segundo os ensinamentos misteriosos, um aborto natural ou natimorto indica uma alma que não mais precisava retornar a dimensão física, necessitando apenas uma breve imersão em matéria densa para equilibrar as propriedades elementais etéreas necessárias a seu corpo espiritual. A outra razão para tais ocorrências é que os pais precisavam aprender a lição da perda para a própria evolução espiritual, caso no qual isso foi possibilitado por uma alma que não necessitava mais de uma existência física. Os serviços dessas almas elevadas é geralmente notado não só nesses cenários, mas também nos ensinamentos acerca da reencarnação.

As almas que não desejam retornar ao plano físico mantém seus ciclos de “trabalho”, e passam a viver como mentores daqueles que estão vivos, e alguns ainda vão além retornando por completo ao útero da Deusa, transformando-se e compreendendo toda a sua natureza, voltando a energia divina, a esses damos o nome de ancestrais, aqueles que viveram em alguma época em nossa família, ou externamente a nós e hoje já habitam por completo o nosso anterior e nossas lembranças.


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